Comoditização das micro e pequenas empresas pelas plataformas digitais: uma análise na Microrregião de Varginha

Resumo

O impulso gerado pelo crescimento do mercado online, especialmente durante e após a pandemia por COVID-19, resultou numa participação crescente das micro e pequenas empresas (MPEs) nas plataformas de economia partilhada (Plataformas digitais). As MPEs perceberam nas plataformas digitais oportunidades únicas para expandir a sua base de clientes, aumentar a sua participação de mercado e ampliar as suas receitas. Contudo, a literatura científica tem demonstrado várias manifestações da desigualdade de poder entre as Plataformas digitais e as empresas-usuárias. Observa-se que as bases de poder das Plataformas são tecno econômicas, permitindo que elas influenciem as negociações, reconfigurem algoritmos e reestruturem o engajamento de acordo com suas próprias prioridades. As Plataformas possuem uma capacidade técnica de acessar e controlar dados de todos os atores envolvidos no seu ecossistema, exercendo controle sobre os serviços e estimativas, inclusive determinando a entrada ou permanência de empreendedores em mercados específicos. Essas características impulsionam o crescimento das plataformas digitais e expande o seu domínio de mercado, à medida que a interdependência das MPEs em relação às plataformas digitais prossegue em expansão. As MPEs se veem cada vez mais dependentes dessas plataformas para respaldar suas iniciativas de digitalização e mitigar a limitação de recursos que normalmente são insuficientes. Destarte, a dissertação tem como objetivo analisar a relação das micro e pequenas empresas da Microrregião de Varginha com as plataformas digitais. Metodologicamente, o estudo se caracteriza como de abordagem qualitativa, lógica indutiva e epistemologia interpretativista, executada por meio de estudos de casos múltiplos. Os dados serão coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados por meio das técnicas de Análise Lexical e Análise de Conteúdo