PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DE POLICIAIS MILITARES: Uma Análise da Saúde no Trabalho
Palavras-chave:
Processos de subjetivação, polícia militar, saúde e doença do trabalhadorResumo
Este estudo se insere no campo da saúde do trabalhador em interface com a Segurança Pública contemporânea. Nosso principal eixo de análise girou em torno dos modos como policiais militares que, atualmente se encontram aposentados, percebem a produção de saúde e de doença no âmbito de suas trajetórias laborais na Polícia Militar. A pesquisa foi orientada através do viés qualitativo; entrevistamos 5 policiais aposentados por tempo de serviço, os quais exerceram diferentes cargos durante suas trajetórias laborais. Nas entrevistas, os sujeitos tiveram espaço para relatar sobre suas diversas experiências cotidianas na Polícia Militar. Como sustentação teórica, o trabalho tomou como referência produções conceituais de Michel Foucault acerca de práticas discursivas, disciplina e poder, principalmente. As entrevistas demonstraram que as trajetórias dos policiais foram demarcadas pelo fato de que os trabalhadores se reconhecem como sujeitos de uma experiência de trabalho em que a saúde equivale a ausência da doença. A violência no cotidiano de trabalho foi percebida somente quando toma contornos físicos. Desta forma, compreendemos a importância deste estudo no que diz respeito ao campo da prevenção e da promoção de saúde do trabalhador em relação às políticas públicas que envolvem os mais diversos atores que compõem a Segurança Pública brasileira.
MILITARY POLICE SUBJECTIVATION PROCESSES: An Analysis of Health at Work
ABSTRACT
This study is inserted in the field of workers’ health in interface with contemporary public safety. Our main axis of analysis revolved around the ways in which retired military police officers now perceive the production of health and illness within their working trajectories in the Military Police. The research was guided by the qualitative bias, we interviewed 5 police officers retired by length of service, who held different positions during their work trajectories. In the interviews, the subjects had space to report on their various daily experiences in the Military Police. As a theoretical support, the work took as reference Michel Foucault's conceptual productions about discursive practices, discipline and power, mainly. The interviews showed that the trajectories of the police officers were marked by the fact that workers recognize themselves as subjects of a work experience in which health equals the absence of the disease. Violence in daily work was perceived only when taking physical contours. Thus, we understand the importance of this study with regard to the field of prevention and health promotion of workers in relation to public police officers that involve the most diverse actors that make up the Brazilian Public Security.